Escrever é preciso, mas não é o meu ofício.
Por isso, as páginas em branco ao longo dos dias.
Por isso também que perco no quesito "talento",
que não impressiono tanto quanto gostaria.
É que tem dias em que eu só queria ser livre,
ainda que fosse de mim mesma.
Antes fosse apenas o céu de maio,
suas nuvens, pingos d'água, tons de cinza.
Tento ver o que vem além, mas quem volta
pela estrada nada me diz, e quem me acompanha
às vezes esquece o caminho ou, quem sabe,
ainda trilha por outros rumos.
Já não sou mais superfície: atirei-me nas águas do tempo
e repouso no fundo. No movimento das águas eu
vivo. Sou pedra, serei pó, por vezes só.
Por hora, um "nó de eu".
Eu queria saber o que nos espera, o que me reserva a próxima
estação. Um calor no coração? O vento de maio se faz
monção. Emoção era o que queria, mas hoje sou
apenas a saudade das folhas
que o outono tem
levado.
levado.
Escrever o que não acontece é tarefa da poesia.
ResponderExcluirParece que você guarda nas palavras os seus desconcertos, e sustenta com palavras o silêncio do abandono de um passado e a esperança de um futuro com perfume de Sol.
Mesmo que você diga que não impressiona tanto quanto gostaria, estou eu aqui impressionado. Bem legal o seu espaço.
ResponderExcluirNessa vida maneira, nem tudo que é leve não tem peso.
ResponderExcluirO indizível da carga, digo com palavras - Como dói meu coração de ferro!
nessa vida quero sentir a dor da mordida
[e o peso da lágrima]
É o Sol quem clareia os dias que se foram, dias que são, dias que virão.
ResponderExcluirA primeira impressão fica, mas para impressionar não basta estar apenas no primeiro, mas em todos os lugares, principalmente no que se refere à cor e ação. Da rocha se extrai o minério, mistério que em mim mora: meu coração de pedra abriga um de ferro, e em minha memória vive com seu peso e seu valor.
Se em dias choro o peso da lágrima, em outros mordo a dor de ser eu.
Quem criou a minha dor?
E quem pode salvá-la?
É a pergunta que não quer calar,
mas que muitas vezes me cala.
O tempo te fez mudar seus planos e o seu caminho, mas vejo que continua a ser aquela mesma menininha, arrastando as sandálias de couro pelas ruas e com a cabeça cheia de questionamentos. Você cresceu muito minha cara amiga mas graças a deus que não perdeu a sua essencia. Voce é crescente, como o quarto de lua que tanto admira!
ResponderExcluirDo amigo Peter Pan, daqui da terra do nunca!
Itaciara, talento tem sim. E os ventos de maio trazem inspiração...
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