Essas coisas da vida, assim sem mais... Recordando, rabiscando pensamentos, divulgando uma coisa ou outra, uma notícia qualquer. Divagando as chatices necessárias, falando besteira, rasgando seda, afogando tristezas, abanando brasa e falando de coisas alheias. Nos dias de tédio, uma página em branco. Dias de páginas em branco nem sempre é tédio. E, qual é o remédio? Ser aleatório e maciço, pois de gente quadrada e oca o mundo já está farto.











quarta-feira, 13 de outubro de 2010

...



Gosto das lembranças, tempos de sonhos, vida doce e andanças. A dança das folhas ao chão. Eis um traço de lábio, um risco contido debaixo da árvore às gargalhadas. Passo no acaso, destino? Rosa em redoma é também primavera [passou ela e depois aquela, já era a espera]. Um intento em ti, anseios, nó de vontade, olhares de beira, de margem, e café ralo. Beijo enladeirado, frio e freios falhos, nas curvas de um rio raso, profundo é o coração. Ciranda e melodia fez-se sorrateiro, era o tempo procurando os meios para os fins que já sabia. Aqui o a amor é dia, é livro, chuva de açoite e saudade. É querer viver em ti, é choro e mais que necessidade, gruda e coça, é carrapato e às vezes dói! É sangue que percorre, veias do infinito. Três vezes, quatro, quiçá até cinco. Brotou florzinho onde só caia chuvisco.

domingo, 3 de outubro de 2010

Fim de domingo

FLOR E CRONÓPIO

"Um cronópio encontra uma flor solitária no meio dos campos. Primeiro pensa em arrancá-la, mas percebe que é uma crueldade inútil, e se põe de joelhos junto dela e brinca alegramente com a flor, isto é: acaricia-lhe as pétalas, sopra para que ela dance, zumbe feito uma abelha, cheira seu perfume, e deita finalmente debaixo da flor envolvido em uma enorme paz.
A flor pensa: " É como uma flor."

Júlio Cortázar





Adeus, domingo. Fica a minha saudade impressa no marasmo de suas tardes, presa ao perfume de uma flor, acesa com o riso do cronópio. Já é feira de segunda no relógio, e se escrevo ficam coisas em segundo plano. Mas, se é assim, sou a primeiraa saber e sou a última adormir na cidade já adormecida. É em tom de partida que dou bom dia aos latidos, suspiros, passos que se arrastam ao corredor, aos últimos vestígios do dia que já se deitou em minha casa.