Essas coisas da vida, assim sem mais... Recordando, rabiscando pensamentos, divulgando uma coisa ou outra, uma notícia qualquer. Divagando as chatices necessárias, falando besteira, rasgando seda, afogando tristezas, abanando brasa e falando de coisas alheias. Nos dias de tédio, uma página em branco. Dias de páginas em branco nem sempre é tédio. E, qual é o remédio? Ser aleatório e maciço, pois de gente quadrada e oca o mundo já está farto.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
...
Gosto das lembranças, tempos de sonhos, vida doce e andanças. A dança das folhas ao chão. Eis um traço de lábio, um risco contido debaixo da árvore às gargalhadas. Passo no acaso, destino? Rosa em redoma é também primavera [passou ela e depois aquela, já era a espera]. Um intento em ti, anseios, nó de vontade, olhares de beira, de margem, e café ralo. Beijo enladeirado, frio e freios falhos, nas curvas de um rio raso, profundo é o coração. Ciranda e melodia fez-se sorrateiro, era o tempo procurando os meios para os fins que já sabia. Aqui o a amor é dia, é livro, chuva de açoite e saudade. É querer viver em ti, é choro e mais que necessidade, gruda e coça, é carrapato e às vezes dói! É sangue que percorre, veias do infinito. Três vezes, quatro, quiçá até cinco. Brotou florzinho onde só caia chuvisco.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
domingo, 3 de outubro de 2010
Fim de domingo
FLOR E CRONÓPIO
"Um cronópio encontra uma flor solitária no meio dos campos. Primeiro pensa em arrancá-la, mas percebe que é uma crueldade inútil, e se põe de joelhos junto dela e brinca alegramente com a flor, isto é: acaricia-lhe as pétalas, sopra para que ela dance, zumbe feito uma abelha, cheira seu perfume, e deita finalmente debaixo da flor envolvido em uma enorme paz.
A flor pensa: " É como uma flor."
Júlio Cortázar
Adeus, domingo. Fica a minha saudade impressa no marasmo de suas tardes, presa ao perfume de uma flor, acesa com o riso do cronópio. Já é feira de segunda no relógio, e se escrevo ficam coisas em segundo plano. Mas, se é assim, sou a primeiraa saber e sou a última adormir na cidade já adormecida. É em tom de partida que dou bom dia aos latidos, suspiros, passos que se arrastam ao corredor, aos últimos vestígios do dia que já se deitou em minha casa.
"Um cronópio encontra uma flor solitária no meio dos campos. Primeiro pensa em arrancá-la, mas percebe que é uma crueldade inútil, e se põe de joelhos junto dela e brinca alegramente com a flor, isto é: acaricia-lhe as pétalas, sopra para que ela dance, zumbe feito uma abelha, cheira seu perfume, e deita finalmente debaixo da flor envolvido em uma enorme paz.
A flor pensa: " É como uma flor."
Júlio Cortázar
Adeus, domingo. Fica a minha saudade impressa no marasmo de suas tardes, presa ao perfume de uma flor, acesa com o riso do cronópio. Já é feira de segunda no relógio, e se escrevo ficam coisas em segundo plano. Mas, se é assim, sou a primeiraa saber e sou a última adormir na cidade já adormecida. É em tom de partida que dou bom dia aos latidos, suspiros, passos que se arrastam ao corredor, aos últimos vestígios do dia que já se deitou em minha casa.
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