Essas coisas da vida, assim sem mais... Recordando, rabiscando pensamentos, divulgando uma coisa ou outra, uma notícia qualquer. Divagando as chatices necessárias, falando besteira, rasgando seda, afogando tristezas, abanando brasa e falando de coisas alheias. Nos dias de tédio, uma página em branco. Dias de páginas em branco nem sempre é tédio. E, qual é o remédio? Ser aleatório e maciço, pois de gente quadrada e oca o mundo já está farto.











terça-feira, 5 de julho de 2011

Crônica de junho passado

A que me deve falar de junho passado somente agora?
Talvez pela impossibilidade do acesso, por ter ficado"sem rádio e sem notícia da terra civilizada"  nesses dias.
E que importância tem o mês que acabou de ser arrancado da folhinha?
É porque são muitos os ensejos contidos no contexo de seus 30 dias, e eles fazem toda a diferença em minha vida.
Começando pelo nome, que deriva de "Juno", deusa do panteão romano, filha de Cronos e Reia. Está relacionada com a representação da força feminina, da fertilidade, do casamento e da fidelidade conjugal. 
Tendo a Sra. Olimpo tanta responsabilidade no que diz respeito à uniões conjugais, vem Santo Antônio como parceiro, para fazer valer todas as velas que são acendidas no dia 13, como uma esperança aos que passaram o dia 12 sem companhia.
É um período de datas importantes, como o dia mundial do meio ambiente, da liberdade de imprensa, da língua portuguesa, da marinha do Brasil, do cinema brasileiro, do pescador e até dia nacional do progresso! 
É, muita gente não sabe...
Foi quando Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Tordesilhas e também quando os Beatles lançaram "Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band". Outros tesouros musicais também surgiram nesse período, e se a gente canta com Raul Seixas, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Chico Buarque e Paul McCartney, é porque nasceram em um junho mais passado que o derradeiro. 
Enquanto Lampião comia macaxeira e reinava na seca do Nordeste, os fidalgos bebiam moët chandon e dançavam as valsas de Straus pelos salões da Europa, ambos frutos do calendário junino.  E quem se encanta com Exupéry, Fernando Pessoa, Sócrates e Suassuna também deve glórias à Juno.
Pelo riso que se faz em lágrimas, é preciso dizer adeus aos que nos deixaram no mês 6: Chico Xavier, Carl Jung, George Bizet, Nara Leão, Paulo Leminski, Camões, Mazzaropi, Ray Charles, Carlos Gardel, João Nogueira, Saramago e Chacrinha. Foram brilhar no céu... viraram estrelas no céu de São João! Salve São joão! E que viva sempre o seu festejo nas noites coloridas e mais belas do ano. Salve o homem santo que nos dá o batismo.
Cabem nos festejos de junho a comemoração  do dia universal de Deus e da renovação espiritual, e ainda dia para São Pedro e São Paulo. E foi em São Paulo que nasceu Clarice Ribeiro, no dia 21 de junho. Ela se tornou mãe, teve um filho chamado Ivan. Vieram morar na Bahia, não sei em qual data, só sei que tinham mesmo que chegar aqui!
É que em 2010 Ivan e eu precisávamos nos encontrar nessa vida. O amor nos esperava num encontro marcado para o mês de junho, no mesmo dia 21 da sogra. No mesmo dia do solstício que dá início ao inverno para nós do hemisfério Sul. Dia do yoga, do aperto de mão, da mídia do intelectual e de São Luis Gonzaga, patrono da juventude. Dia que vieram ao mundo Alexandre, o Grande, Jean-Paul-Sartre, Benazir Bhutto, Nelson Gonçalves e Machado de Assis, sendo esse último um "quase" padrinho do nosso enlace. Não só por conta de nossos encontros atrapalhados, mas também por essa série de simbolismos e datas, dignas de um conto machadiano. Acho que era também porque eu estava a ler Dom Casmurro quando nos conhecemos. E também porque era junho, e, é claro, porque tinha que ser!



"Não se luta contra o destino; o melhor é deixar que nos pegue pelos cabelos e nos arraste até onde queira alçar-nos ou despenhar-nos. "       
                                                                                            (Machado de Assis)

PS: do dia 15/06/2011 foi  dia do eclipse total da Lua.