FLOR E CRONÓPIO
"Um cronópio encontra uma flor solitária no meio dos campos. Primeiro pensa em arrancá-la, mas percebe que é uma crueldade inútil, e se põe de joelhos junto dela e brinca alegramente com a flor, isto é: acaricia-lhe as pétalas, sopra para que ela dance, zumbe feito uma abelha, cheira seu perfume, e deita finalmente debaixo da flor envolvido em uma enorme paz.
A flor pensa: " É como uma flor."
Júlio Cortázar
Adeus, domingo. Fica a minha saudade impressa no marasmo de suas tardes, presa ao perfume de uma flor, acesa com o riso do cronópio. Já é feira de segunda no relógio, e se escrevo ficam coisas em segundo plano. Mas, se é assim, sou a primeiraa saber e sou a última adormir na cidade já adormecida. É em tom de partida que dou bom dia aos latidos, suspiros, passos que se arrastam ao corredor, aos últimos vestígios do dia que já se deitou em minha casa.
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