Essas coisas da vida, assim sem mais... Recordando, rabiscando pensamentos, divulgando uma coisa ou outra, uma notícia qualquer. Divagando as chatices necessárias, falando besteira, rasgando seda, afogando tristezas, abanando brasa e falando de coisas alheias. Nos dias de tédio, uma página em branco. Dias de páginas em branco nem sempre é tédio. E, qual é o remédio? Ser aleatório e maciço, pois de gente quadrada e oca o mundo já está farto.











terça-feira, 13 de novembro de 2012

Querido diário



Esta é uma obra de ficção e qualquer semelhança (não) será mera coincidência.

Querido diário,

Nos ares da lua cheia o que tenho, além da ausência do meu bem, é uma pontada ao pé da barriga. Seria o anúncio da fêmea que me habita ou até mesmo o lembrete de que já chega a 8 a quantidade de meses na iminência de uma TPM. Temo que ela pouse arrebatando, desconstruindo todo o palácio de boa con(veniÊ ou vivÊ)ncia que venho construindo, pois são muitos os incômodos externos e pouco me resta escolher entre o sorriso amarelo em misancene ou o ouvido surdo em substituição da mão que afaga e apedreja ao mesmo tempo. Poderia também ter olhos de estátua para não ver o tanto de gente besta que, mesmo não gostando de outrem, faz questão de ser amigo deste em redes sociais (o que, para o quadrado da lógica, feriria o princípio de não contradição!). Aí eu sento, reclamo um pouco da vida e penso em como posso me tornar mais sociável, visto que já ando meio fadada a ser tachada de chata, a ter o nome pintando nas conversas circulares em núcleos de boas famílias e boas-praças. Mas, nem te ligo! Pois sei que os que falam são os que pouco sabem do quinhão em questão. No meio disso tudo, preciso ir aos compromissos que me fazem ser gente séria, mas os ônibus que um dia disparam aos rumos são os mesmos que hoje pararam no meio das ruas em protesto. Então, no auge da minha rotina eu me pergunto: o que faço em meio a um turbilhão diário de perguntas que querem respostas imediatas? A minha reação é uma tremenda quietude que me invade e me leva a fazer-me em Às de Copas. E o que mais se torna viável é dedicar-me a um dia de reclusão, onde posso constatar que os outros esperam mais de nós do que nós mesmos. Paro, leio, respiro fundo, acho tudo uma bobagem fruto da minha parcela neurastênica de ser; dou risada do tempo que perco tentando me agradar e me amo mais ainda.

Acho que por hoje é só, querido diário...
Boa noite, e que amanhã comecemos tudo de novo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário